Sobre o papel dos idosos e a sua diversidade como cidadãos do mundo, a reflexão de hoje parte de vidas mais ou menos distantes que podem ser de qualquer um.
Cruzando conceitos de realidades como migrações, crise econômica, vivências diversas de inter geracionalidade e sustentabilidade surge uma história que fala de envelhecimento e adaptação social.
No artigo "The missing parents" do jornal The Guardian, mostra-se um ensaio fotográfico sobre os idosos que cuidam dos netos, pela ausência dos pais em Myanmar, pais vizinho da Tailândia. O jornal britânico remete para uma realidade que é seguida pela organização AGE INTERNATIONAL (http://www.ageinternational.org.uk/), organização que observa idosos em vários pontos do globo.
Pormenores das fotos da reportagem The missing parents.
Fotos: David Levene
A vivência intergeracional, entre avós e netos assenta na ausência dos pais que partem para trabalhar, deixando os filhos para serem cuidados pelos mais velhos.
O cotidiano aponta para a necessidade de migrar, também como estratégia de sustentabilidade
num contexto econômico desfavorecido.
Lendo as falas dos entrevistados idosos, focando a vivência destes na adaptação social, retiram-se muitas interpretações, no entanto são questionamentos transpostos para outras vivências que parecem pertinentes.
Como os idosos que conhecemos vivenciariam tal realidade?
Como os netos que conhecemos se sentiriam em relação aos seus pais?
Como os pais que conhecemos equacionariam esta opção?
São questões que podem ser respondidas pelos três envolvidos, e ponderações que talvez alguns já tiveram de fazer.
Em contextos sociais diferentes, as realidades construídas por alguns grupos podem originar a nossa própria avaliação da realidade em que vivemos. Assim partimos para entender opções possíveis (ou impossíveis) conforme a defesa do direito às escolhas de cada cidadão independentemente da idade.
Mas será possível fazer escolhas? Ou barramos em outros conceitos: imposição, necessidade, altruísmo, tolerância, amor, independência, individualismo.
Experimente fazer estas perguntas aos que estão à sua volta e a si mesmo, e na sinceridade, pondere o que sente, ou valoriza. Depois imagine (se tiver coragem) as opiniões sinceras dos outros, que assumem os outros papeis, ficará a saber as escolhas que cada um gostava de fazer. Mas, que não se criem hipóteses (se eu fosse avô/á, se eu fosse neto/a, se eu fosse pai/mãe) que os cenários sociais sejam reais com vivências e na eminência das escolhas.
Bibliografia sobre envelhecimento e idosos:
Disponível em <https://www.theguardian.com/world/ng-interactive/2016/sep/29/myanmars-absent-generation?itc=0&ito=8488>.Acesso em 20 out 2016.
Disponível em <http://www.ageinternational.org.uk/latest-news/> . Acesso em set 2016