Translate

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Caderno de Resumos do II Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia

     A Universidade de São Paulo apresentou em 2015 o II Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia onde pesquisadores da área de diversas universidades nacionais e estrangeiras apresentaram os seus estudos e trabalhos. 
     O evento contou com a organização do Programa de Pós Graduação Interunidades em Museologia da USP para a execução de grupos de trabalho, cursos de difusão, apresentações orais e mesas de debate. 
    O Caderno de Resumos agora disponível ficará em link para compartilhar vários estudos que foram selecionados para apresentação oral e que beneficiaram certamente com este encontro e troca de ideias.

    Os Idosos como Público de Museus - Recepção de idosos numa perspectiva bem sucedida (p.38) foi o trabalho que apresentei.
Entender que relações se estabelecem entre museus e os cidadãos com mais de 60 anos, nomeadamente como se desenvolvem ações e interações. Que reflexão teórica têm sido desenvolvida para apoiar estas abordagens e que metodologias podem apoiar na prática o desafio das instituições em dar acesso à grande diversidade existente no grupo idoso. 
    O potencial público idoso pode originar um desafio mas também a oportunidade do museu exercer a sua função social.
Os estudos de recepção e público podem contribuir para entender como estabelecer interações entre museus e o público idoso para concretizar ações museográficas.

Pensando que os museus devem "ter a ambição de mudar a vida das pessoas (...) e maximizar o seu impacto social" (trad.nossa, apresentação de FLEMING,David, 2015 in The Social Role of Museums - Public Lecture, Tbilisi,27 nov. ICOM GEORGIA).

Vale a pena conferir abaixo os trabalhos apresentados:

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Idosos como público de museus


Apresentação da Pesquisa "Idosos Como Público de Museus" no II Sebramus - Seminário Brasileiro de Museologia / Recife 16 a 20 Nov. 2015, depois do 2º SInPEm /São Paulo Out.2015 (Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia) foi bom rever e partilhar ideias com a Rede de Professores e Pesquisadores em Museologia.
O blog será alimentado com links da pesquisa em andamento, partilhando-se abordagens museológica com cidadãos de 60 e mais anos de idade dentro da premissa social da museologia. Quebrando paradigmas de inclusão de públicos nas instituições museológicas contribui-se com a comunicação de trabalhos, em formato de ações ou programas, para refletir as relações de recepção com o público idoso.

Apresentação no GT 20 -  Museologia e trabaho em museus: trajetórias, tendências, modelos, formação e papel social
Organizadoras: Profa Me. Carolina Ruoso (Secretaria de Cultura do Estado do Ceará) e Pr
ofa Dra. Manuelina Duarte Cândido (UFG e IBRAM)







Apresentação de um recorte da pesquisa de Mestrado Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo/ Brasil 2014 a 2016 - Bolsista Capes







domingo, 15 de novembro de 2015

Museus fechados em Paris

Os museus foram fechados em Paris
Provavelmente nunca as redes sociais dos museus postaram em sincronia uma mensagem tão simples porém tão poderosa.
As portas estarão fechadas. Será por causa dos acervos, ou por causa dos seus públicos?

Por ambos. Sabe-se que uma significativa concentração de pessoas visita os museus parisienses, após o 13 de novembro de 2015, optou-se por ficarem fechados.
Certamente não pensaram só na salvaguarda material, a reflexão sobre o acervo humano de que são detentores, foi impulsionador para esta decisão.
Com mais ou menos explicação, com mais ou menos posicionamento, ou consternação solidariamente a lista de instituições parece infindável.
Não abriremos pois somos vinculadores de um discurso, de um modo de vida, de uma valorização do patrimônio e de memórias que avassaladoramente alguns querem ver destruídas.
Por vezes esta destruição ocorre por negligência ou desinteresse institucional, mas sabemos que outros usam esta estratégia como forma de guerrilha nos próprios territórios.
O que os impedirá de usar em territórios alheios, onde o trunfo é chocar e vulnerabilizar?
Como a utopia de patrimônio da humanidade pode ser uma ferramenta de preservação e simultaneamente de desvalorização, pode muito bem ser usada não com enfoque de destruir o patrimônio mas, de deixar mazelas na humanidade.

Penso em vidas que poderiam ter sido ceifadas na frente de um qualquer museu. Por isso as portas permanecem fechadas, podem atingir as paredes mas, não o nosso público. 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

ETEC Martinho de Ciero com portas abertas em Outubro 2015

A Etec Itu Martinho de Ciero prepara a revitalização do seu centro de memória para apresentação na iniciativa anual EPA - Etec de Portas Abertas.
Receber alunos do ensino fundamentar, promover os cursos à comunidade escolar e apresentar trabalhos desenvolvidos pelos alunos da escola com vertente técnica, são alguns objetivos desta atividade.

O centro de memória vai ser reativado, passando por um processo de limpeza preventiva do acervo, e sua catalogação, para iniciativas expositivas e de trabalhos de oficinas.
Contando com colaboração de alunos e professores as tarefas da cadeia operatória de museologia no tocante à salvaguarda (conservação e documentação) bem como em futuras tarefas de comunicação museológica ( exposição e ações educativas) levam à reestruturação do centro e servirá para desenvolver pesquisas e destas partirão certamente novas ações de comunicação.

Dia 19 de Setembro - Desenvolvimento de atividade de limpeza geral / preventiva. A futura catalogação de acervo conta com um projeto base já desenvolvido anteriormente pela escola quando esta teve um curso técnico de museologia.
Limpeza geral do espaço com os
alunos dos vários cursos a participar da força tarefa para
dividir o espaço por temáticas - trabalho já efetuado em
sala de aula 


 

Dia 06 de Outubro a escola de portas abertas apresenta a primeira abordagem ao acervo que pode vista pelos visitantes.


Com mais de 50 anos, a instituição resolve trabalhar as suas memórias através deste centro que é um ponto de partida de recuperação da cultura material - um lugar de memória, como Ulpiano Meneses  refere estes lugares são "espaços, coisas, pessoas, instituições, cerimônias, símbolos(...)"(2007, p.31) mas a memória está sempre em construção por novas vivências, lembranças pessoais ou coletivas, experiências e releituras. A memória vive no tempo presente não é coisa do passado, talvez por isso as pessoas usam o chavão "memória viva".
São as abordagens do presente que recuperam implicações do passado, discursos que trazendo à memória uns, podem desmemorizar outros, estas abordagens sempre podem contribuir para trabalharmos questões de identidade, cidadania, de tolerância, de auto estima. Onde estamos, o que fomos, e para onde vamos ...


Referências:
MENESES, Ulpiano. Os paradoxos da memória, MIRANDA, Danilo Santos. Memória e Cultura - a importância da memória na formação da cultura humana. São Paulo: Edições SESC SP, 2007.

terça-feira, 3 de março de 2015

Desafio de Acesso Cultura


Desafiada pelo Acesso Cultura no início do ano de 2015,  num encontro de profissionais da área, uma abordagem prática ficou na minha ideia depois de várias reflexões teóricas da museologia:
Como nos posicionarmos refletindo questões relevantes do presente através do nosso universo patrimonializado ou musealizado?

"O que é relevante e o que não é relevante para uma instituição cultural? Bem, provavelmente não é esta a questão. A questão é: o que torna uma instituição cultural relevante? Recentemente, dei um curso onde discutimos o lugar e o papel das instituições culturais na sociedade contemporânea. " (VLACHOU, Maria. BLOG: MUSING ON CULTURE, 2015)

Lembrei-me de um trabalho que quero compartilhar nesta linha de raciocínio, faço-o porque esta intervenção foi atempada, mesmo passando despercebida por muitos. Vou dar um exemplo do MRCI / USP em Itu,São Paulo, em pleno racionamento de água nas torneiras, depois de 3 meses de racionamentos parciais, resolveu desenvolver um projeto com apoio do educativo.

Em época de bonança de chuva, não devemos desperdiçar, devemos pensar medidas preventivas e o futuro.

Na teoria não devemos promover o esquecimento ou silenciamento de narrativas alternativas, esta é uma acusação que é feita muitas vezes aos museus. E será importante termos as instituições preparadas para se posicionarem perante situações relevantes.


Mostra Educativa: Leituras contemporâneas da azulejaria portuguesa.
(...)
Autores: estudantes do 3º ano do Ensino Médio do Instituto Borges de Artes e Ofícios – IBAO.
Orientação: professora Morgana Ribeiro(Professora de Arte) e Aline Zanatta (educativo do Museu Republicano).
(...)  As temáticas surgiram dos estudos realizados em visitação ao Museu Republicano e dos estudos feitos em sala de aula, observando a azulejaria portuguesa, as cenas retratadas neles e também os azulejos decorativos, geometrizados e seus arabescos.
Paralelo a esses estudos, observamos algumas obras da artista contemporânea Adriana Varejão, que revisita a temática e a estética referentes ao período colonial brasileiro (as cenas retratadas em azulejos portugueses) de um ponto de vista crítico e ácido, revelando, sob as pinturas de azulejos, “a carne e o sangue indígenas e africanos,” povos que foram matrizes para a construção cultural do nosso país e que socialmente sempre foram injustiçados e desprezados.
A Proposta – dois painéis.
(...)
Então, outro problema surgiu. Como representar tudo isso, fazendo uma intervenção no painel?
O problema da falta de água que nos atinge, foi a questão trazida pelos estudantes, enquanto característica da nossa cidade com relação ao mundo contemporâneo. Sabemos que não é só um problema local e atual, mas reflexo de um conjunto de situações passadas e também relativa a questões de outras ordens, ambiental e política, por exemplo. Os estudantes pensaram em uma torneira, centralizada no meio do painel, de onde saem elementos pesquisados, (...)
Morgana Ribeiro.
Itu, Setembro de 2014."


Fonte: Facebook do Museu republicano Convenção de Itu/SP /BRASIL - Acesso:2015


Maria Vlachou em Portugal publica no seu blog o que quero compartilhar :

"Quando o furacão Sandy atingiu Nova Iorque em 2012, o director do MoMA PS1 publicou isto na página de Facebook do museu:


Como é que isso se relaciona com o seu museu? Com a exposição temporária? Não se relaciona. Relaciona-se com uma outra coisa, porém: a vida.

Em 2014, o ano do Mundial no Brasil, algumas instituições culturais apresentaram exposições, organizaram eventos, fizeram várias referências ao futebol. Algumas podem ter tido a esperança de atrair seguidores entre os fãs de futebol. Outras podem simplesmente ter pensado: isto também é a vida, vamos celebrá-la!

O ataque ao Charlie Hebdo fez-me mais uma vez pensar no papel que as instituições culturais têm na sociedade e na capacidade que têm de se relacionar com ela. E também para colocar a sua teoria em prática. A teoria diz que a cultura ajuda-nos a sermos humanos, tolerantes para com o "Outro", a vivermos juntos, a aprendermos uns com os outros, a partilharmos e a defendermos valores, a pensar de forma crítica. Quando o sector cultural está sob "ataque", usamos estes mesmos argumentos para o defender e para defender a importância do que fazemos. Para a sociedade. Mas quando essa mesma sociedade ri, chora, apaixona-se, desespera, comemora, está de luto... levamos algum tempo (muito tempo, mesmo) para considerar se é apropriado para nós reconhecê-lo, relacionarmo-nos. Não poucas vezes, permanecemos calados.

Assim, na manhã seguinte ao ataque ao Charlie Hebdo, expressei a minha consternação com o facto de nenhuma instituição cultural grega ou portuguesa (entre aquelas que sigo no Facebook e no Twitter) ter reagido à tragédia. Uma tragédia relacionada directamente com tudo o que a cultura defende. Segundos depois de eu ter publicado o meu post, o Centro Cultural Onassis publicava o deles. Mais tarde, o Museu Benaki. Alívio... Depois disso, alguns colegas avisaram-me de atitudes semelhantes da parte do Museu Nacional da Imprensa ou do Museu Bordalo Pinheiro. Seguiram-se mais algumas instituições culturais. No dia 9 de Janeiro, o Museu Arqueológico do Carmo convidava-nos para um debate com cartoonistas e académicos. Alívio...(...) "


Contatos para mais pessoas terem ACESSO...

https://www.facebook.com/AcessoCultura

http://musingonculture-pt.blogspot.com.br