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domingo, 30 de junho de 2024

Quando há uma memória que se ama chamamos de SAUDADE

20 maio de 2024
  • Patrimônio com cidadãos mais de 60 anos 
Abordagem de inclusão cultural como estratégia de envelhecimento ativo, focando os interesses deste grupo em torno das questões de herança patrimonial.


Intervir na área da inclusão cultural e levantar muitas questões sobre patrimônio que este grupo pode discutir como contribuição para o debate da cidadania, com uma mais valia de integração social e de desenvolvimento pessoal deste grupo que apresenta um grande crescimento demográfico.

Experiência de um trabalho de pesquisa com cidadãos com mais de 60 anos começado em Portugal entre 2008 e 2011 como inclusão do grupo em estratégias de envelhecimento ativo.
Com a colaboração da Universidade Senior da Ajuda/ Lisboa. (Proposta de projeto na Pós graduação da Universidade Técnica de Lisboa -Faculdade de Motricidade sobre Atividade Física e Autonomia Funcional)

(1)

Esta proposta surge para a inclusão cultural de cidadãos com mais de 60 anos através de um grupo de discussão que pode levantar muitas questões sobre patrimônio material e imaterial, identidades, representações e abordagens museológicas na cidade promovendo um debate e atividades que este grupo pode sugerir. Queremos trazer para debate princípios como a cidadania, a tolerância, a diversidade e globalidade, e propostas que podem ir de vivências intergeracionais, à estruturação de laços sociais e cruzar várias propostas interdisciplinares de envelhecimento ativo.

Após a licenciatura em Antropologia na Universidade Nova de Lisboa surge a dedicação à área de gestão de projetos, que se foram desenvolvendo em projetos comerciais e pedagógicos para públicos específicos, em 2008 começa um novo projeto de gestão própria dedicado a atividade física e autonomia funcional com público sénior, que acompanhado de uma Pós graduação na Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de motricidade deu bases para abordagens voltadas à gerontologia.

(2)


(1)Fotos do site Projeto CorpoeAcção,Lda - Lisboa (texto escrito segundo antiga ortografia) 2009
(2)Fotos Projeto HidroAtivas /Educa -Sintra 2007

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Público com mais de 60 anos "À roda dos Objetos"

Começaremos 2017 com a participação de idosos numa ação educativa que envolve 4 museus de Itu, parceiros do entorno que são instituições de apoio/convívio de idosos e outros convidados, e os cidadãos com 60 e mais anos da cidade do interior paulista, na sua diversidade sociodemográfica e cultural.

O projeto "À RODA DOS OBJETOS" foi contemplado pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo com o Edital Proac nº 18/2016 – “Concurso de apoio a projetos de difusão de acervos museológicos no Estado de São Paulo".

O projeto pretende colocar em prática a construção de ações museográficas dialogando com os departamentos educativos, de salvaguarda e expográfico utilizando técnicas de educação patrimonial compartilhada e ação continuada, proporcionando que os acervos sejam levados ao exterior e construir possibilidades de experimentação e afinidades. Tendo em conta a heterogeneidade sociocultural que caracteriza este público, procuram-se eliminar estereótipos que acabam limitando o potencial de interação museológica, revelando a relação privilegiada que surge pela oportunidade de trabalho com a memória, numa opção museográfica mais contínua e dentro e fora dos muros dos museus, partindo de trabalho de mediação sociocultural, visitação e participação.


Usufruir dos museus passa pelo acesso comunicacional que visa explorar questões atitudinais e sensoriais, uma conquista que surge após as barreiras aquitetónicas e de acessibilidade física estarem ultrapassadas (pois estão regulamentadas) e cuja importância se faz prioritária por necessidades que podemos ter todos nós, em qualquer fase da vida, de modo permanente ou transitório.

Ir mais longe é pensar curadorias participativas acessíveis - a construção da acessibilidade cultural e a participação de diferentes públicos em propostas curatoriais (SARRAF,2016) uma construção dinâmica em processo, por isso as propostas podem não ser um produto feito, rotulado de PROJETO COM ACESSIBILIDADE, mas em construção que beneficiará todos e que vai somando reflexões a partir da participação dos grupos. 

A comunicação multisensorial pode ser mais efetiva na museografia para a heterogeneidade de públicos ?
Beneficiaremos todos com estratégias de acessibilidade ?

A utilização de vários suportes e linguagens comunicacionais, seja nas exposições ou nas ações dos setores de educação dos museus, a "comunicação cultural sensorial"(SARRAF,2015) ou "mediação multisensorial" (TOJAL, 2008) podem proporcionar remnisciências, memórias, e sensações ou emoções que hoje são valorizadas na museografia, no tocante às ações socioculturais voltadas para público idoso.



"Relações mais sensíveis e menos intelectualizadas podem ser estabelecidas” no acesso à cultura e lazer, em especial para quem tem diferentes formas de “locomoção, cognição e percepção” (SARRAF, 2015), protagonizando diferentes motivações e interesses, acreditando-se na possibilidade de atender melhor grupos específicos de visitantes, assim os diálogos inclusivos parecem ser potencializados no que se designa de “mediação sensorial”.

A questão de acessibilidade como paradigma prático dos museus do século XXI surge como premissa numa triangulação que se acredita estar na base de relacionamento entre públicos e instituições:

→ conhecer o público (no caso específico - os idosos) 
→ conhecer o entorno,
→ e as possibilidades de intervenção museográfica (ARAUJO, 2016). 

Tendo por base estes elementos de interrelações e realidades práticas possibilita-se um relacionamento museológico de expansão e inclusão de públicos (AIDAR, 2015) e inovação social [1] na procura de melhores respostas participativas dos vários intervenientes no processo curatorial.

Seguir:
http://estadodacultura.sp.gov.br/projeto/684/


[1]
Um processo e simultaneamente um produto, conforme os pesquisadores James Phills Jr., Kriss Deiglmeier e Dale Miller, observam que para ser inovador, o processo - que tem enfoque na esfera do social-  precisa lidar com dois critérios: a novidade (mesmo que não seja um ato original deve ser novo para os utilizadores, para o contexto ou modo de aplicação); o outro critério é a melhoria como resultado ou processo, pois deve ser mais eficiente, efetivo e sustentável do que as condições existentes. (PHILLS, DEIGLMEIER,  MILLER 2008). Disponível em:< https://ssir.org/articles/entry/rediscovering_social_innovation>. Acesso em: 20 ago. de 2016.
    
REFERÊNCIAS 

AIDAR, Gabriela. Museums and Social Change: two perspectives on the social role of museums. Saaarbrucken: Lap Lambert Academic Publishing, 2015.


ARAUJO, O. Susana Costa. Os Idosos como Público de Museus. 2016 Dissertação (mestrado em Museologia da Universidade de São Paulo) São Paulo, 2016.

SARRAF, Viviane. Acessibilidade em Espaços Culturais: mediação e comunicação sensorial. São Paulo: Editora da PUC-SP, 2015.
_________. CURSO: Curadorias acessíveis 2. Pesquisa pós doutorado Museu de Arqueologia e Etnologia,USP -SP. 2016.

TOJAL, Amanda, Acessibilidade, Inclusão Social e Políticas Públicas: uma proposta para o estado de São Paulo, BRUNO, M. C. O.; NEVES, K. R. F. (Coord.). Museus como agentes de mudança social e desenvolvimento: propostas e reflexões museológicas. Segunda Parte, Capítulo 1, São Cristovão: Museu de Arqueologia de Xingó, 2008




quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Cuidar dos netos, ser cuidado pelos avós, ou deixar os filhos com o mais velhos.


Sobre o papel dos idosos e a sua diversidade como cidadãos do mundo, a reflexão de hoje parte de vidas mais ou menos distantes que podem ser de qualquer um. 
Cruzando conceitos de realidades como migrações, crise econômica, vivências diversas de inter geracionalidade e sustentabilidade surge uma história que fala de envelhecimento e adaptação social.

No artigo "The missing parents" do jornal  The Guardian, mostra-se um ensaio fotográfico sobre os idosos que cuidam dos netos, pela ausência dos pais em Myanmar, pais vizinho da Tailândia. O jornal britânico remete para uma realidade que é seguida pela organização AGE INTERNATIONAL (http://www.ageinternational.org.uk/), organização que observa idosos em vários pontos do globo.

 

Pormenores das fotos da reportagem The missing parents. 
Fotos: David Levene

A vivência intergeracional, entre avós e netos assenta na ausência dos pais que partem para trabalhar, deixando os filhos para serem cuidados pelos mais velhos.
O cotidiano aponta para a necessidade de migrar, também como estratégia de sustentabilidade
num contexto econômico desfavorecido.

Lendo as falas dos entrevistados idosos, focando a vivência destes na adaptação social, retiram-se muitas interpretações, no entanto são questionamentos transpostos para outras vivências que parecem pertinentes.

Como os idosos que conhecemos vivenciariam tal realidade? 
Como os netos que conhecemos se sentiriam em relação aos seus pais? 
Como os pais que conhecemos equacionariam esta opção?

São questões que podem ser respondidas pelos três envolvidos, e ponderações que talvez alguns já tiveram de fazer. 
Em contextos sociais diferentes, as realidades construídas por alguns grupos podem originar a nossa própria avaliação da realidade em que vivemos. Assim partimos para entender opções possíveis (ou impossíveis) conforme a defesa do direito às escolhas de cada cidadão independentemente da idade.
Mas será possível fazer escolhas? Ou barramos em outros conceitos: imposição, necessidade, altruísmo, tolerância, amor, independência, individualismo.

Experimente fazer estas perguntas aos que estão à sua volta e a si mesmo, e na sinceridade, pondere o que sente, ou valoriza. Depois imagine (se tiver coragem) as opiniões sinceras dos outros, que assumem os outros papeis, ficará a saber as escolhas que cada um gostava de fazer. Mas, que não se criem hipóteses (se eu fosse avô/á, se eu fosse neto/a, se eu fosse pai/mãe) que os cenários sociais sejam reais com vivências e na eminência das escolhas.


Bibliografia sobre envelhecimento e idosos:
Disponível em  <https://www.theguardian.com/world/ng-interactive/2016/sep/29/myanmars-absent-generation?itc=0&ito=8488>.Acesso em 20 out 2016.
Disponível em <http://www.ageinternational.org.uk/latest-news/> . Acesso em set 2016



segunda-feira, 11 de julho de 2016

Estaremos no lugar do outro um dia mais tarde


A herança patrimonial e os idosos


        A ação dos museus vai ao encontro do papel social da museologia, procurando-se entender como é possível mudar a vida das pessoas positivamente através do trabalho com o patrimônio. O alcance da relação museológica com o público idoso, remete para o impacto do papel dos museus e a contribuição da museologia como um desafio prático (museográfico) e teórico (museológico) que se destaca no recorte do público com 60 e mais anos, numa estratégia bem sucedida para instituições e cidadãos, assim o idoso é aquele pelo qual se acredita que devemos desenvolver empatia, para reforçar relações entre idosos e museus.
      Colocando-se no lugar do outro, percebe-se como é importante agir fora do individualismo, dos saberes de especialistas técnicos, deste modo a revolução pela empatia que vem sendo promovida por alguns pensadores é aqui apontada por se acreditar ser uma das soluções para lidar com o envelhecimento populacional. Não se pode equivocar este conceito com o de simpatia ou condescendência, trata-se da "arte de colocar os sapatos da outra pessoa e perceber o mundo através da sua perspetiva. É sobre compreender os pensamentos, sentimentos, ideias e experiências que originam a sua visão do mundo"¹.
         Porque é importante ficar no lugar do outro, do idoso? Porque se tivermos sorte ocuparemos o lugar de cidadão idoso após os 60 anos, e isso significa que ocuparemos um lugar num grupo heterogêneo e diverso que se reinventa sistematicamente, que lida com conceitos dinâmicos, que é alvo de pesquisas de diversas áreas de conhecimento e de estratégias de governamentalização e normatizações que se aplicam à sua vivência.


Fotos: Asilo Ns. Candelária Itu- SP- Brasil, 2016.



     As motivações, interesses e necessidades afloram quando se abordam os indivíduos na sua diversidade, os contextos, os desafios e oportunidades das instituições museológicas. Não é necessário expandir o Museu da Empatia ² necessita-se é de expandir a empatia nos museus, as instituições assumem-se fora da neutralidade, por isso é necessário vincular discursos sociais relacionados com os seus acervos, eles não devem ser apáticos, nem inertes como os objetos, embora para alguns seja ainda difícil o posicionamento sociopolítico.
        A experimentação junto com o público possibilita a mudança social permitindo-se a representação de múltiplas vozes, os que se entregam a estes desafios são visto como museus de transição (CURY, 2014 ³) onde se contempla a diversidade, a diferença, a memória e identidade no plural. Inclusivo, crítico e contestador com uma significação aberta, este museu procura uma comunicação com capacidade de diálogo, em mudança e permitindo o trabalho do patrimônio com muitas possibilidades de (re) interpretação como oportunidade de aproximação de culturas. Neste foco culturas inter e intra geracionais na esfera do que podemos chamar a arte de viver.
          

¹ KRZNARIC, Roman - “How to Start an Empathy Revolution” Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RT5X6NIJR88 TEXATHENAS 2013. Acesso: 07 2016 (tradução nossa).
²  https://www.facebook.com/empathymuseum/?pnref=story, UK, 2016.
³ CURY, Marília Xavier. Museologia e conhecimento, conhecimento museológico- uma perspectiva dentre muitas. Museologia & Interdisciplinaridade Vol.1II, nº5, maio/junho de 2014 Disponível em: https: //www.researchgate.net/publication/263247901_Museologia_e_conhecimento_conhecimento_museolgico__Uma_perspectiva_dentre_muitas. Acesso 2016.

terça-feira, 1 de março de 2016

Um movimento maior que mexer em livros

Faço parte de um movimento para quem biblioteca significa mais do que livros.

É certamente um "Cantinho Cultural", um espaço em que se pode desenvolver um "DEDO DE PROSA" e onde a "Estante de Leituras" está presente e desperta um momento em que se pode querer estar só mas, também momentos em que se pode querer ter companhia: dos livros, de personagens ou de outras pessoas.

Estas aspas fazem parte de um Projeto sócio cultural que estamos a desenvolver no Asilo NS. da Candelária de Itu / SP - Brasil (2016), fica no entanto um outro exemplo de como a biblioteca pode ser vivida, no Reino Unido testemunha-se uma abordagem, como refere o jornal The Guardian (abaixo), em que para fugir à solidão ou como necessidade de atualização a biblioteca tem portas abertas.

Espalhados pelo globo, espaços culturais promovem a inclusão através das atitudes que alteram a utilização (dita tradicional) e missão dos espaços no século XXI, certamente com a ajuda dos objetos ou livros.
Acredita-se na questão atitudinal, que com mais ou menos recursos, promove alterações sociais que não podem ser ignoradas, mas enfrentadas e trabalhadas constantemente perante desafios.

A inclusão digital por exemplo não significa fornecer computador apenas, é preciso escutar¹: que falta faz esse computador, qual a curiosidade que ele desperta, como cada grupo se relaciona com ele? Não generalizar que hoje "tudo se faz no computador".
Tudo? Para todos? Todos quem? e os que ainda não têm ACESSO² ao computador? Podemos inclui-los? Certamente, desde que exista a atitude de dar oportunidade e tempo e lógica. Como qualquer dinâmica cultural a alteração tecnológica, proporciona ritmos, dimensões e vivências distintas sobre as suas apropriações.

Os humanos sempre produziram tecnologia á medida das suas necessidades e adaptabilidades. Ao pensar em: fax, leques, máquina de moer carne, máquina de barbear, pilão de pedra, caixas de plástico e computador (nas suas mais recentes e variadas formas). Todos lidamos com tecnologias diferentes em tempos diferentes, precisamos refletir para nos adaptar a novas, e nos admiramos ao explorá-las.
Posturas que dependem de interesse, aprendizagens e oportunidades dos utentes mas, também de quem proporciona os serviços.


¹ Baseado em estudos de público ou recepção, as ações ou projetos embasam-se em diagnósticos, que permitem um planejamento, ações efetivas e avaliação, que sempre serão parte de um processo construtivo, sério e de comprometimento.
² Acesso - no sentido de acessibilidade: seja econômica, física, cognitivo ou atitudinal neste sentido vou adotar este termo com a abrangência que acredito que tenha neste momento.

in 
Acesso Cultura

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Idosos como público de museus


Apresentação da Pesquisa "Idosos Como Público de Museus" no II Sebramus - Seminário Brasileiro de Museologia / Recife 16 a 20 Nov. 2015, depois do 2º SInPEm /São Paulo Out.2015 (Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia) foi bom rever e partilhar ideias com a Rede de Professores e Pesquisadores em Museologia.
O blog será alimentado com links da pesquisa em andamento, partilhando-se abordagens museológica com cidadãos de 60 e mais anos de idade dentro da premissa social da museologia. Quebrando paradigmas de inclusão de públicos nas instituições museológicas contribui-se com a comunicação de trabalhos, em formato de ações ou programas, para refletir as relações de recepção com o público idoso.

Apresentação no GT 20 -  Museologia e trabaho em museus: trajetórias, tendências, modelos, formação e papel social
Organizadoras: Profa Me. Carolina Ruoso (Secretaria de Cultura do Estado do Ceará) e Pr
ofa Dra. Manuelina Duarte Cândido (UFG e IBRAM)







Apresentação de um recorte da pesquisa de Mestrado Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo/ Brasil 2014 a 2016 - Bolsista Capes