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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Estaremos no lugar do outro um dia mais tarde


A herança patrimonial e os idosos


        A ação dos museus vai ao encontro do papel social da museologia, procurando-se entender como é possível mudar a vida das pessoas positivamente através do trabalho com o patrimônio. O alcance da relação museológica com o público idoso, remete para o impacto do papel dos museus e a contribuição da museologia como um desafio prático (museográfico) e teórico (museológico) que se destaca no recorte do público com 60 e mais anos, numa estratégia bem sucedida para instituições e cidadãos, assim o idoso é aquele pelo qual se acredita que devemos desenvolver empatia, para reforçar relações entre idosos e museus.
      Colocando-se no lugar do outro, percebe-se como é importante agir fora do individualismo, dos saberes de especialistas técnicos, deste modo a revolução pela empatia que vem sendo promovida por alguns pensadores é aqui apontada por se acreditar ser uma das soluções para lidar com o envelhecimento populacional. Não se pode equivocar este conceito com o de simpatia ou condescendência, trata-se da "arte de colocar os sapatos da outra pessoa e perceber o mundo através da sua perspetiva. É sobre compreender os pensamentos, sentimentos, ideias e experiências que originam a sua visão do mundo"¹.
         Porque é importante ficar no lugar do outro, do idoso? Porque se tivermos sorte ocuparemos o lugar de cidadão idoso após os 60 anos, e isso significa que ocuparemos um lugar num grupo heterogêneo e diverso que se reinventa sistematicamente, que lida com conceitos dinâmicos, que é alvo de pesquisas de diversas áreas de conhecimento e de estratégias de governamentalização e normatizações que se aplicam à sua vivência.


Fotos: Asilo Ns. Candelária Itu- SP- Brasil, 2016.



     As motivações, interesses e necessidades afloram quando se abordam os indivíduos na sua diversidade, os contextos, os desafios e oportunidades das instituições museológicas. Não é necessário expandir o Museu da Empatia ² necessita-se é de expandir a empatia nos museus, as instituições assumem-se fora da neutralidade, por isso é necessário vincular discursos sociais relacionados com os seus acervos, eles não devem ser apáticos, nem inertes como os objetos, embora para alguns seja ainda difícil o posicionamento sociopolítico.
        A experimentação junto com o público possibilita a mudança social permitindo-se a representação de múltiplas vozes, os que se entregam a estes desafios são visto como museus de transição (CURY, 2014 ³) onde se contempla a diversidade, a diferença, a memória e identidade no plural. Inclusivo, crítico e contestador com uma significação aberta, este museu procura uma comunicação com capacidade de diálogo, em mudança e permitindo o trabalho do patrimônio com muitas possibilidades de (re) interpretação como oportunidade de aproximação de culturas. Neste foco culturas inter e intra geracionais na esfera do que podemos chamar a arte de viver.
          

¹ KRZNARIC, Roman - “How to Start an Empathy Revolution” Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RT5X6NIJR88 TEXATHENAS 2013. Acesso: 07 2016 (tradução nossa).
²  https://www.facebook.com/empathymuseum/?pnref=story, UK, 2016.
³ CURY, Marília Xavier. Museologia e conhecimento, conhecimento museológico- uma perspectiva dentre muitas. Museologia & Interdisciplinaridade Vol.1II, nº5, maio/junho de 2014 Disponível em: https: //www.researchgate.net/publication/263247901_Museologia_e_conhecimento_conhecimento_museolgico__Uma_perspectiva_dentre_muitas. Acesso 2016.

terça-feira, 1 de março de 2016

Um movimento maior que mexer em livros

Faço parte de um movimento para quem biblioteca significa mais do que livros.

É certamente um "Cantinho Cultural", um espaço em que se pode desenvolver um "DEDO DE PROSA" e onde a "Estante de Leituras" está presente e desperta um momento em que se pode querer estar só mas, também momentos em que se pode querer ter companhia: dos livros, de personagens ou de outras pessoas.

Estas aspas fazem parte de um Projeto sócio cultural que estamos a desenvolver no Asilo NS. da Candelária de Itu / SP - Brasil (2016), fica no entanto um outro exemplo de como a biblioteca pode ser vivida, no Reino Unido testemunha-se uma abordagem, como refere o jornal The Guardian (abaixo), em que para fugir à solidão ou como necessidade de atualização a biblioteca tem portas abertas.

Espalhados pelo globo, espaços culturais promovem a inclusão através das atitudes que alteram a utilização (dita tradicional) e missão dos espaços no século XXI, certamente com a ajuda dos objetos ou livros.
Acredita-se na questão atitudinal, que com mais ou menos recursos, promove alterações sociais que não podem ser ignoradas, mas enfrentadas e trabalhadas constantemente perante desafios.

A inclusão digital por exemplo não significa fornecer computador apenas, é preciso escutar¹: que falta faz esse computador, qual a curiosidade que ele desperta, como cada grupo se relaciona com ele? Não generalizar que hoje "tudo se faz no computador".
Tudo? Para todos? Todos quem? e os que ainda não têm ACESSO² ao computador? Podemos inclui-los? Certamente, desde que exista a atitude de dar oportunidade e tempo e lógica. Como qualquer dinâmica cultural a alteração tecnológica, proporciona ritmos, dimensões e vivências distintas sobre as suas apropriações.

Os humanos sempre produziram tecnologia á medida das suas necessidades e adaptabilidades. Ao pensar em: fax, leques, máquina de moer carne, máquina de barbear, pilão de pedra, caixas de plástico e computador (nas suas mais recentes e variadas formas). Todos lidamos com tecnologias diferentes em tempos diferentes, precisamos refletir para nos adaptar a novas, e nos admiramos ao explorá-las.
Posturas que dependem de interesse, aprendizagens e oportunidades dos utentes mas, também de quem proporciona os serviços.


¹ Baseado em estudos de público ou recepção, as ações ou projetos embasam-se em diagnósticos, que permitem um planejamento, ações efetivas e avaliação, que sempre serão parte de um processo construtivo, sério e de comprometimento.
² Acesso - no sentido de acessibilidade: seja econômica, física, cognitivo ou atitudinal neste sentido vou adotar este termo com a abrangência que acredito que tenha neste momento.

in 
Acesso Cultura

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O que é museologia? O que é musealizar? Entrevista com Maria Célia Santos

Como se pode fazer MUSEOLOGIA fora do museu? Onde se pode fazer MUSEOLOGIA?

Com que objetos? Para que público ? Com que público se pode fazer ?

Será que ela nos responde?




São os rumos da museologia contemporânea quando se compromete a resignificar acervos, socializar, problematizar e explicar que sempre nos posicionamos cultural e socialmente, isto ocorre quando tecnicamente trabalhamos o acervo em pesquisa: seja salvaguardando (escolhendo, documentando e preservando), seja comunicando (expondo, publicando nas mídias sociais ou em papel, na educação). A pesquisa e ação museológica têm como premissa democratizar acervos culturais, ou herança patrimonial (BRUNO, Cristina) para isso precisamos de foco através da diversidade dos discursos, da tolerância e cidadania. Devemos pensar quem e para quê, para além do "quê".

Conheça a opinião da Professora em Museologia Maria Célia Santos

https://youtu.be/rDT3_VH_Rdk?t=32
Uma breve apresentação da área de conhecimento e incentivo aos museólogos como cientistas sociais. (GUARNIERI, Waldisa)























sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Caderno de Resumos do II Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia

     A Universidade de São Paulo apresentou em 2015 o II Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia onde pesquisadores da área de diversas universidades nacionais e estrangeiras apresentaram os seus estudos e trabalhos. 
     O evento contou com a organização do Programa de Pós Graduação Interunidades em Museologia da USP para a execução de grupos de trabalho, cursos de difusão, apresentações orais e mesas de debate. 
    O Caderno de Resumos agora disponível ficará em link para compartilhar vários estudos que foram selecionados para apresentação oral e que beneficiaram certamente com este encontro e troca de ideias.

    Os Idosos como Público de Museus - Recepção de idosos numa perspectiva bem sucedida (p.38) foi o trabalho que apresentei.
Entender que relações se estabelecem entre museus e os cidadãos com mais de 60 anos, nomeadamente como se desenvolvem ações e interações. Que reflexão teórica têm sido desenvolvida para apoiar estas abordagens e que metodologias podem apoiar na prática o desafio das instituições em dar acesso à grande diversidade existente no grupo idoso. 
    O potencial público idoso pode originar um desafio mas também a oportunidade do museu exercer a sua função social.
Os estudos de recepção e público podem contribuir para entender como estabelecer interações entre museus e o público idoso para concretizar ações museográficas.

Pensando que os museus devem "ter a ambição de mudar a vida das pessoas (...) e maximizar o seu impacto social" (trad.nossa, apresentação de FLEMING,David, 2015 in The Social Role of Museums - Public Lecture, Tbilisi,27 nov. ICOM GEORGIA).

Vale a pena conferir abaixo os trabalhos apresentados:

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Idosos como público de museus


Apresentação da Pesquisa "Idosos Como Público de Museus" no II Sebramus - Seminário Brasileiro de Museologia / Recife 16 a 20 Nov. 2015, depois do 2º SInPEm /São Paulo Out.2015 (Simpósio Internacional de Pesquisa em Museologia) foi bom rever e partilhar ideias com a Rede de Professores e Pesquisadores em Museologia.
O blog será alimentado com links da pesquisa em andamento, partilhando-se abordagens museológica com cidadãos de 60 e mais anos de idade dentro da premissa social da museologia. Quebrando paradigmas de inclusão de públicos nas instituições museológicas contribui-se com a comunicação de trabalhos, em formato de ações ou programas, para refletir as relações de recepção com o público idoso.

Apresentação no GT 20 -  Museologia e trabaho em museus: trajetórias, tendências, modelos, formação e papel social
Organizadoras: Profa Me. Carolina Ruoso (Secretaria de Cultura do Estado do Ceará) e Pr
ofa Dra. Manuelina Duarte Cândido (UFG e IBRAM)







Apresentação de um recorte da pesquisa de Mestrado Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo/ Brasil 2014 a 2016 - Bolsista Capes







domingo, 15 de novembro de 2015

Museus fechados em Paris

Os museus foram fechados em Paris
Provavelmente nunca as redes sociais dos museus postaram em sincronia uma mensagem tão simples porém tão poderosa.
As portas estarão fechadas. Será por causa dos acervos, ou por causa dos seus públicos?

Por ambos. Sabe-se que uma significativa concentração de pessoas visita os museus parisienses, após o 13 de novembro de 2015, optou-se por ficarem fechados.
Certamente não pensaram só na salvaguarda material, a reflexão sobre o acervo humano de que são detentores, foi impulsionador para esta decisão.
Com mais ou menos explicação, com mais ou menos posicionamento, ou consternação solidariamente a lista de instituições parece infindável.
Não abriremos pois somos vinculadores de um discurso, de um modo de vida, de uma valorização do patrimônio e de memórias que avassaladoramente alguns querem ver destruídas.
Por vezes esta destruição ocorre por negligência ou desinteresse institucional, mas sabemos que outros usam esta estratégia como forma de guerrilha nos próprios territórios.
O que os impedirá de usar em territórios alheios, onde o trunfo é chocar e vulnerabilizar?
Como a utopia de patrimônio da humanidade pode ser uma ferramenta de preservação e simultaneamente de desvalorização, pode muito bem ser usada não com enfoque de destruir o patrimônio mas, de deixar mazelas na humanidade.

Penso em vidas que poderiam ter sido ceifadas na frente de um qualquer museu. Por isso as portas permanecem fechadas, podem atingir as paredes mas, não o nosso público. 

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

ETEC Martinho de Ciero com portas abertas em Outubro 2015

A Etec Itu Martinho de Ciero prepara a revitalização do seu centro de memória para apresentação na iniciativa anual EPA - Etec de Portas Abertas.
Receber alunos do ensino fundamentar, promover os cursos à comunidade escolar e apresentar trabalhos desenvolvidos pelos alunos da escola com vertente técnica, são alguns objetivos desta atividade.

O centro de memória vai ser reativado, passando por um processo de limpeza preventiva do acervo, e sua catalogação, para iniciativas expositivas e de trabalhos de oficinas.
Contando com colaboração de alunos e professores as tarefas da cadeia operatória de museologia no tocante à salvaguarda (conservação e documentação) bem como em futuras tarefas de comunicação museológica ( exposição e ações educativas) levam à reestruturação do centro e servirá para desenvolver pesquisas e destas partirão certamente novas ações de comunicação.

Dia 19 de Setembro - Desenvolvimento de atividade de limpeza geral / preventiva. A futura catalogação de acervo conta com um projeto base já desenvolvido anteriormente pela escola quando esta teve um curso técnico de museologia.
Limpeza geral do espaço com os
alunos dos vários cursos a participar da força tarefa para
dividir o espaço por temáticas - trabalho já efetuado em
sala de aula 


 

Dia 06 de Outubro a escola de portas abertas apresenta a primeira abordagem ao acervo que pode vista pelos visitantes.


Com mais de 50 anos, a instituição resolve trabalhar as suas memórias através deste centro que é um ponto de partida de recuperação da cultura material - um lugar de memória, como Ulpiano Meneses  refere estes lugares são "espaços, coisas, pessoas, instituições, cerimônias, símbolos(...)"(2007, p.31) mas a memória está sempre em construção por novas vivências, lembranças pessoais ou coletivas, experiências e releituras. A memória vive no tempo presente não é coisa do passado, talvez por isso as pessoas usam o chavão "memória viva".
São as abordagens do presente que recuperam implicações do passado, discursos que trazendo à memória uns, podem desmemorizar outros, estas abordagens sempre podem contribuir para trabalharmos questões de identidade, cidadania, de tolerância, de auto estima. Onde estamos, o que fomos, e para onde vamos ...


Referências:
MENESES, Ulpiano. Os paradoxos da memória, MIRANDA, Danilo Santos. Memória e Cultura - a importância da memória na formação da cultura humana. São Paulo: Edições SESC SP, 2007.

terça-feira, 3 de março de 2015

Desafio de Acesso Cultura


Desafiada pelo Acesso Cultura no início do ano de 2015,  num encontro de profissionais da área, uma abordagem prática ficou na minha ideia depois de várias reflexões teóricas da museologia:
Como nos posicionarmos refletindo questões relevantes do presente através do nosso universo patrimonializado ou musealizado?

"O que é relevante e o que não é relevante para uma instituição cultural? Bem, provavelmente não é esta a questão. A questão é: o que torna uma instituição cultural relevante? Recentemente, dei um curso onde discutimos o lugar e o papel das instituições culturais na sociedade contemporânea. " (VLACHOU, Maria. BLOG: MUSING ON CULTURE, 2015)

Lembrei-me de um trabalho que quero compartilhar nesta linha de raciocínio, faço-o porque esta intervenção foi atempada, mesmo passando despercebida por muitos. Vou dar um exemplo do MRCI / USP em Itu,São Paulo, em pleno racionamento de água nas torneiras, depois de 3 meses de racionamentos parciais, resolveu desenvolver um projeto com apoio do educativo.

Em época de bonança de chuva, não devemos desperdiçar, devemos pensar medidas preventivas e o futuro.

Na teoria não devemos promover o esquecimento ou silenciamento de narrativas alternativas, esta é uma acusação que é feita muitas vezes aos museus. E será importante termos as instituições preparadas para se posicionarem perante situações relevantes.


Mostra Educativa: Leituras contemporâneas da azulejaria portuguesa.
(...)
Autores: estudantes do 3º ano do Ensino Médio do Instituto Borges de Artes e Ofícios – IBAO.
Orientação: professora Morgana Ribeiro(Professora de Arte) e Aline Zanatta (educativo do Museu Republicano).
(...)  As temáticas surgiram dos estudos realizados em visitação ao Museu Republicano e dos estudos feitos em sala de aula, observando a azulejaria portuguesa, as cenas retratadas neles e também os azulejos decorativos, geometrizados e seus arabescos.
Paralelo a esses estudos, observamos algumas obras da artista contemporânea Adriana Varejão, que revisita a temática e a estética referentes ao período colonial brasileiro (as cenas retratadas em azulejos portugueses) de um ponto de vista crítico e ácido, revelando, sob as pinturas de azulejos, “a carne e o sangue indígenas e africanos,” povos que foram matrizes para a construção cultural do nosso país e que socialmente sempre foram injustiçados e desprezados.
A Proposta – dois painéis.
(...)
Então, outro problema surgiu. Como representar tudo isso, fazendo uma intervenção no painel?
O problema da falta de água que nos atinge, foi a questão trazida pelos estudantes, enquanto característica da nossa cidade com relação ao mundo contemporâneo. Sabemos que não é só um problema local e atual, mas reflexo de um conjunto de situações passadas e também relativa a questões de outras ordens, ambiental e política, por exemplo. Os estudantes pensaram em uma torneira, centralizada no meio do painel, de onde saem elementos pesquisados, (...)
Morgana Ribeiro.
Itu, Setembro de 2014."


Fonte: Facebook do Museu republicano Convenção de Itu/SP /BRASIL - Acesso:2015


Maria Vlachou em Portugal publica no seu blog o que quero compartilhar :

"Quando o furacão Sandy atingiu Nova Iorque em 2012, o director do MoMA PS1 publicou isto na página de Facebook do museu:


Como é que isso se relaciona com o seu museu? Com a exposição temporária? Não se relaciona. Relaciona-se com uma outra coisa, porém: a vida.

Em 2014, o ano do Mundial no Brasil, algumas instituições culturais apresentaram exposições, organizaram eventos, fizeram várias referências ao futebol. Algumas podem ter tido a esperança de atrair seguidores entre os fãs de futebol. Outras podem simplesmente ter pensado: isto também é a vida, vamos celebrá-la!

O ataque ao Charlie Hebdo fez-me mais uma vez pensar no papel que as instituições culturais têm na sociedade e na capacidade que têm de se relacionar com ela. E também para colocar a sua teoria em prática. A teoria diz que a cultura ajuda-nos a sermos humanos, tolerantes para com o "Outro", a vivermos juntos, a aprendermos uns com os outros, a partilharmos e a defendermos valores, a pensar de forma crítica. Quando o sector cultural está sob "ataque", usamos estes mesmos argumentos para o defender e para defender a importância do que fazemos. Para a sociedade. Mas quando essa mesma sociedade ri, chora, apaixona-se, desespera, comemora, está de luto... levamos algum tempo (muito tempo, mesmo) para considerar se é apropriado para nós reconhecê-lo, relacionarmo-nos. Não poucas vezes, permanecemos calados.

Assim, na manhã seguinte ao ataque ao Charlie Hebdo, expressei a minha consternação com o facto de nenhuma instituição cultural grega ou portuguesa (entre aquelas que sigo no Facebook e no Twitter) ter reagido à tragédia. Uma tragédia relacionada directamente com tudo o que a cultura defende. Segundos depois de eu ter publicado o meu post, o Centro Cultural Onassis publicava o deles. Mais tarde, o Museu Benaki. Alívio... Depois disso, alguns colegas avisaram-me de atitudes semelhantes da parte do Museu Nacional da Imprensa ou do Museu Bordalo Pinheiro. Seguiram-se mais algumas instituições culturais. No dia 9 de Janeiro, o Museu Arqueológico do Carmo convidava-nos para um debate com cartoonistas e académicos. Alívio...(...) "


Contatos para mais pessoas terem ACESSO...

https://www.facebook.com/AcessoCultura

http://musingonculture-pt.blogspot.com.br


sábado, 20 de dezembro de 2014

Árvores e brincadeiras no quintal

       Os quintais das casas de Itu, alguns do século XIX e seus congéneres do século XX são um patrimônio a servir de reflexão nesta ação de educação patrimonial.
      Pensar a influência que tinham na arquitetura, na economia doméstica, no cotidiano familiar. Olhar um espaço não privilegiado da casa pode levar a muitos questionamentos: para que servia, o que existia lá, que relações se estabeleciam? O que existe hoje, o que temos no fundo das nossas habitações, que usos lhes damos? os que ainda existem para que servem, como e para que serviam?

 Um tesouro pode ser encontrado nesta casa datada do séc. XIX que é a CASA DA PRAÇA - sob a organização da Secretaria Municipal da Cultura de ITU/ SP .
      O espaço de educação e cultura, que promoveu esta ação com foco na educação patrimonial infantil, comunica com as exposições de alguns acervos da cidade e com a Escola Municipal de Iniciação Artística António Santoro.
      Compreender noções ligadas ao patrimônio: os bens imóveis como as casas antigas , os quintais de fundo, os jogos e brincadeiras no exterior, as árvores  de frutas  que ocupam estes quintais que hoje cada vez menos encontramos, praticamente em extinção tal como as árvores de fruta nas cidades.
     Abordar o patrimônio pessoal e cultural municipal, com crianças do ensino infantil de escolas públicas do município de Itu. 

   



 (1) e (2) Vamos desenhar o mapa do tesouro... e vamos encontrar o tesouro? Foi o convite que fizemos a estes pequenos . Podemos brincar no museu? Jogar, cantar, adivinhar, contar histórias e comer !!! 


    Apresentar a casa, e mostrar uma noção de museu onde se pode conhecer, fazer jogos  e brincar de diferentes maneiras. Este projeto questiona hábitos diários das crianças, até chegar ao momentos das brincadeiras do dia a dia. Relacionar o espaço de brincadeira no presente com os espaços que eram ocupados nas casa no passado, o que se fazia nos quintais dos fundos, as árvores de fruta que os ocupavam, para que serviam? Consciencializar para hábitos de vida saudáveis ao nível alimentar e estimular o não sedentarismo e a necessidade de espaços verdes nas cidades. 

Projeto destinado a escolas do ensino infantil, envolvendo os educadores como multiplicadores de conhecimento deste patrimônio, para discussões e visitas futuras.

(1) e (2) Foto de :Renata Guarnieri /2014-Prefeitura de Itu

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Aproximação ao patrimônio por meio do turismo

Itu na Copa 2014
Agosto 16, 2014
  • Interprete de Guia de Turismo - INGLÊS FLUENTE e ESPANHOL
  • ACOMPANHAMENTO DE AÇÕES CULTURAIS E DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL em INGLÊS e ESPANHOL  
  • Domínio de outras línguas para projetos de longo prazo
Projeto: "Itu na Copa"do Mundo FIFA 2014 PROTUR - Secretaria de Turismo 
da Prefeitura da Estância Turística de Itu /2014

Com a Copa FIFA 2014 a cidade de Itu promoveu um grande esforço de recepção de visitantes na Cidade. Um posto de recepção foi montado na "Praça do Carmo" para receber visitantes e fornecer informações na cidade que recebeu as seleções de futebol do Japão e da Rússia.

A PROTUR junto com a Secretaria de Turismo da Prefeitura da Estância Turística de Itu, criaram roteiros turísticos gratuitos que promoveram a herança patrimonial da cidade desde o centro histórico aos parques naturais e também as fazendas históricas da região. 

Estes roteiros contaram com equipes de guias de turismo e interpretes para acompanhar visitantes de cidades próximas mas também de visitantes estrangeiros e cidadãos ituanos.
Criaram-se equipes multidisciplinares e estruturas que se transformaram numa experiência para futuras estratégias de turismo na cidade.

Para além de um grande aprendizado sobre a cidade - seu patrimônio e história- conseguimos desenvolver um grande aprendizado sobre as preocupações dos visitantes externos mas, também da própria comunidade, que aproveitou para conhecer a cidade como poucas vezes teve oportunidade, por meio de micro ônibus, que lotaram os roteiros às fazendas históricas.

Durante este período a Secretaria Municipal de Cultura promoveu o Festival de Artes, que sempre promove vários setores e atividades culturais nesta época do ano.






Como se a oportunidade não valesse por si só, ainda fomos homenageados pela Secretaria Municipal de Turismo numa cerimônia em 2014, pelo papel prestado no desenvolvimento de serviços à cidade.

Deixo um agradecimento pessoal, a toda a equipe de profissionais de turismo e comunicação que trabalharam na cidade, à Protur (e sua responsável Sofia Vidigal) e à Secretaria Municipal de Turismo que demonstrou publicamente esta homenagem pelos serviços prestados.